Escritor | Abril 2015 | Portugal
Esta foi uma segunda entrevista. Houve um problema com a transcrição do som e desta vez os caminhos percorridos tiveram de ser outros, para assegurar uma fluidez de discurso tão boa quanto a primeira. Foi, na verdade, melhor, apesar do natural receio que se leva à partida para estes segundos takes: as respostas tiveram asas próprias e as perguntas acompanharam no voo. Os livros de Valério Romão são também essa corrente imparável de leitura, um ritmo e lucidez que sugerem uma velocidade de escrita concomitante, mas que, na verdade, não o é. Romão escreve, reescreve, corta, cola, de forma a manter apenas o que lhe parece essencial na cadência narrativa do que considera importante contar: as descrições são acessórios, que distraem, porque o que quer é centrar-se nas emoções. Depois dos livros de contos ‘Facas’ e ‘Da Família’ – a publicação mais recente – e dos romances ‘Autismo’ e ‘O da Joana’, Valério Romão está agora a escrever o terceiro que irá completar, juntamente com estes últimos, a trilogia ‘Paternidades Falhadas’. É sobre Alzheimer.