SANDRO AGUILAR

Realizador | Janeiro 2015 | Portugal

Há partes em cada um que os faz pertencer a um todo, como se a filmografia de Sandro Aguilar pudesse ser um filme só. Há dípticos, como os mais recentes ‘False Twins’ e ‘Jewels’, há transições de personagens e ambientes, há paralelismos – tanto a nível formal como de conteúdo, em que cada visionamento nos acrescenta camadas de interpretação. Doze curtas, uma longa e uma segunda a caminho, Sandro Aguilar diz que os seus filmes são abertos mas não para serem lidos de qualquer maneira. A narrativa existe para servir um propósito, a consequência narrativa não lhe interessa.
Num trabalho que parece pautado pela obsessão do plano, Aguilar desmistifica essa perseverança e refere que os planos resultam de uma atitude muito instintiva e fascinada perante o material que se oferece a ser filmado no acto de apontar a câmara, que lhe permite captar – e nas suas palavras – “uma poesia das coisas a acontecer”. Interessa-lhe a ideia de energia, de zona de transição, de, no fundo, histórias de amor. Já tentou filmar, por exemplo, duas células a apaixonarem-se, em que uma morre e a outra vive.