Artista visual | Julho 2016 | Portugal

Está até ao último dia de rodagem sempre à espera que qualquer coisa de inusitado aconteça. É um momento que não define o filme, mas ajuda a justificar-lhe a existência. O trabalho de Salomé Lamas explora as fronteiras do cinema e da vídeo-instalação e a ética da imagem é uma preocupação constante da cineasta – diz que a fidelidade e a liberdade andam de mãos dadas. No documentário ‘Eldorado XXI’, a sua segunda longa-metragem que teve estreia mundial em 2016 no Festival de Cinema de Berlim, Lamas retrata a vida das pessoas que vivem em La Rinconada, uma cidade localizada nos Andes peruanos que é considerada a povoação mais elevada do mundo, a 5100 metros do nível do mar. As temperaturas baixas não ajudam os milhares de peruanos que decidiram ir ao encontro da ilusão de enriquecerem, na esperança de encontrarem ouro numas minas que existem lá perto. Seguiram-se as curtas ‘Ubi Sunt’ e ‘Coup de Grâce’, que são também mostradas em contexto de galeria de arte. Salomé Lamas nasceu em Lisboa, estudou cinema em Lisboa e em Praga, artes visuais em Amesterdão e é doutoranda em estudos de arte contemporânea em Coimbra.