OLD JERUSALEM

Músico | Outubro 2016 | Portugal

Nunca foi aos Estados Unidos. O imaginário indie folk anglo-saxónico foi buscá-lo aos muitos livros que lê, à muita música que ouve. Ir à América do Norte ter de ser feito com tempo e não tratar-se de uma visita de médico, turística. Desde o primeiro álbum em nome próprio, ‘April’ (Bor Land, 2002), ao mais recente ‘A Rose is a Rose is a Rose’ (Sony, 2016), editado em Março, são 14 anos de viagens pelos discos de Old Jerusalem, umas para ouvir num sítio enclausurado, outras para ouvir em movimento, de carro, umas para ouvir no inverno, outras no verão, umas para ouvir de dia e outras para ouvir de noite – todas atravessadas por um fio de melancolia, doseado umas vezes a mais esperança outras a mais desalento. Com arranjos de Filipe Melo, ‘A Rose Is a Rose Is a Rose’ é a apoteose da beleza melódica do trabalho de Francisco Silva, com cordas a transformarem uma música como ‘Dayspring’, do álbum ‘The Temple Bell’ (Bor Land, 2007), num assombro de violinos que nos arrepia de cada vez que a ouvimos – baixinho, no quarto, a desejar ter alguém ao lado.