JOÃO TORDO

Escritor | Abril 2017 | Portugal

Ler os livros de João Tordo é como fazer uma viagem ao Japão. Chegamos e é um sítio que nos faz sentir menos sozinhos na nossa solitude, onde as pessoas são seres introspectivos como nós que arranjam forma de fazer conviver dois mundos a partir de um mesmo lugar – o da reclusão e o da urgência da vida quotidiana. O Japão dá-nos casa, assim como os livros de João Tordo. O autor de ‘O Ano Sabático’ e ‘Biografia Involuntária dos Amantes’ fala-nos sobre solidão como porto de chegada, sobre ascese e volição humana ou sobre dor emocional e caminhos de fuga. E encerra agora a trilogia dos lugares sem nome com o lançamento de ‘O Deslumbre de Cecilia Fluss’, depois de ‘O Luto de Elias Gro’ e de ‘O Paraíso Segundo Lars D.’, onde pega na ideia de morte como catarse para poder fazer um caminho de volta ao início, à infância, através do Matias, um miúdo que é uma transmutação dos narradores dos seus livros. Descreve-o como muito ansioso, com vontade de paz.