JOÃO GRAMA

Fotógrafo | Agosto 2015 | Portugal

O primeiro contacto com o trabalho de João Grama foi a ajudar a pendurar uma fotografia sua, emoldurada, na parede de um amigo onde costumava pernoitar quando vinha a Lisboa, chegado de Vila do Bispo, munido por vezes ou de uma pequena caixa de plástico com legumes acabados de colher ou de um recipiente de percebes. Uma duna, com a particularidade de ter um céu de um cinzento demasiado homogéneo para ser definido, levou à curiosidade em descobrir o seu trabalho numa exposição colectiva no Carpe Diem – Arte e Pesquisa, em Lisboa, em Junho de 2013. Chamava-se ‘Ropes’ e tratava-se de um tríptico de falésias com cordas fixas na rocha, utilizadas por percebeiros. Três anos mais tarde, foi agora um dos finalistas do Prémio Novos Artistas EDP, com o projecto ‘O Vício da Terra’, em que fotografou em estúdio, em penumbra, armadilhas tradicionais de pesca e caça entretanto proibidas por lei. Diz-nos que o trabalho que faz não é muito diferente do seu modo de vida e que de vez em quando tem necessidade de fugir dessa alienação chamada cidade ou até mesmo do mundo dos humanos.